O ator Carlos Miranda, 91 anos, que fazia a série da TV Tupi “Vigilante Rodoviário”, morreu nesta segunda-feira (17), no interior do Estado de São Paulo, de causas naturais. Os episódios da série foram produzidos em película, na década de 1960. O videoteipe estava apenas começando no Brasil.
O vigilante pilotava uma moto Harley-Davidson e um Simca Chambord pelas estradas de São Paulo. Idealizada e dirigida pelo cineasta Ary Fernandes, foi a primeira série brasileira de TV, desenvolvida com o objetivo de fazer frente aos seriados norte-americanos e japoneses.
“Vigilante Rodoviário” estreou em março de 1961, logo após o Repórter Esso. Foram exibidos 38 episódios. As cenas eram gravadas na rodovia Anhanguera (SP-330), que ligava a capital São Paulo à região nordeste do estado, passando por Campinas. O personagem era dublado por um ator de rádio. O cão de guarda do vigilante chamava-se Lobo. Na verdade, as filmagens utilizaram cinco diferentes cachorros em diversas ações.
A série fez tanto sucesso entre o público infantil que, em 1967, a TV Globo decidiu reprisá-la. Em 1978, a Embrafilme liberou recursos para a produção de uma nova temporada, mas o projeto ficou no meio do caminho e apenas um filme foi produzido. O ator se identificou de tal forma com o personagem que acabou ingressando na Polícia Rodoviária e alcançou o posto de tenente-coronel.
Em 1986, os estudantes do Instituto de Arte e Comunicação Social (IACS), da Universidade Federal Fluminense (UFF), Pedro Paulo Halm (Pepeh), Guilherme Tristão e Luiz Arnaldo Campos produziram um documentário sobre a série, que também recebeu o nome de “Vigilante Rodoviário”.